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terça-feira, 8 de junho de 2010

Preparação ou exibição para a Copa?

É impressionante. Época de Copa do Mundo, todas as 32 seleções participantes desse grande torneio fazendo amistosos, para encaixar o melhor esquema tático, corrigir alguma deficiência, pegar entrosamento e etc. E o Brasil?

Você deve estar se perguntando: “Como assim ‘e o Brasil’? Tá fazendo amistosos também, ué!” Realmente, estamos fazendo amistosos... Contra as poderosíssimas seleções do ZIMBÁBUE e da TANZÂNIA.

Alguém conhece o futebol desses países? Alguém já tinha ouvido falar, antes do jogo, de um só jogador famoso dessas seleções? Como é possível se preparar para a competição mais importante do futebol mundial enfrentando seleções que até os times brasileiros dariam goleada? Se for assim, é melhor ficar no Brasil para realizar esses amistosos contra Palmeiras, Flamengo, Corinthians e São Paulo. Garanto que a Seleção Brasileira enfrentará mais dificuldades jogando contra esses grandes clubes do que contra equipes que não irão disputar a Copa do Mundo.

Será que é difícil a poderosa CBF (Confederação Brasileira de Futebol) marcar amistosos contra seleções pelo menos de nível “menos pior” que essas? Vejam a Holanda, por exemplo, jogou contra a seleção do México. Isso sim é uma boa preparação, um time mais difícil de enfrentar e que também jogará a Copa do Mundo.

Agora, vejamos a nossa segunda adversária na Copa: Costa do Marfim. Enfrentou o Paraguai em seu último amistoso. O mesmo Paraguai que venceu a seleção brasileira por 3 a 0 nas últimas eliminatórias.

Zimbábue, Tanzânia... Alguém chama isso de teste? É a mesma coisa de se chegar à pré-escola com 18 anos e pedir para fazer uma prova. Se você tirar 10, (no caso, se o Brasil golear) você não fez mais que a sua obrigação. Mas, se você tirar qualquer outra nota, (no caso, se o Brasil perder ou empatar), você é um incompetente.

Será mesmo algo difícil ganhar por 4 ou 5 a 0 da Tanzânia? Ou vencer a seleção do Zimbábue por 6 a 0 com um show de bola brasileiro? O Brasil vai encher os bolsos com dólares oferecidos por esses países (que só Deus sabe de onde esse dinheiro “brota”, já que a pobreza nesses países é algo preocupante) e, mais uma vez, fazer uma preparação meia-boca para a Copa do Mundo.

Bom, já que não sou o primeiro nem o último a apontar e não entender essas atitudes da CBF, vou sentar no meu sofá e acompanhar esse JOGÃO e difícil teste para a seleção canarinho. Vai, Brasil!


Vicenzzo Mandetta
@vicenzzo é apaixonado por futebol e nas horas vagas é jornalista

P.S: Vicenzzo escreveu esse texto antes do jogo Brasil X Tanzânia. É. Pelo jeito ele tinha razão.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Talvez não dê Brasil


O carioca André Rocha começou como comentarista de futebol em meados 2007. Já colaborou com o site português Jogo de Área e com os jornalistas Mauro Beting e Lédio Carmona em seus blogs. Além disso, já passou pelo o site Olheiros, além de participar do programa Beting & Beting do canal Bandsports.

Na TV Esporte Interativo, onde tudo começou, ficou dois meses. Mas, na época, ainda não era um profissional formado. Foi, então, pra faculdade, graduou-se em Comunicação Social e, a partir daí, sua carreira só cresceu.

Já entrevistou ícones do jornalismo como Paulo Vinícius Coelho (PVC), Mauro Beting, Mauro Cezar Pereira, Joelmir Beting, Milton Neves e Washington Rodrigues.

Dos campos e quadras, já conversou com os ilustres Zico, Júnior, Falcão, Careca, Alemão e Luiz Mendes.

Atualmente, as opiniões sobre futebol de André Rocha podem ser encontradas em sua coluna Olho Tático, no portal Globoesporte.com.




HS. A já tão comum pergunta sobre a Copa: Você gostou da convocação do Dunga? O que podia ser diferente?


AR:Eu deixaria Kléberson de fora e levaria Ronaldinho Gaúcho. Os dois têm experiência de 2002 e o craque do Milan seria uma alternativa para mudar o rumo de uma partida complicada com sua capacidade de improviso. Na lateral-esquerda, levaria Marcelo ao invés do Gilberto. O lateral-esquerdo do Real Madrid também sabe jogar na meia, é mais jovem e vive melhor fase. No gol, trocaria Doni por Victor. No mais, acho que a convocação foi de razoável a boa para o momento atual do futebol brasileiro. Mas, é dever reconhecer que este é o grupo menos talentoso que vai a uma Copa do Mundo dos últimos trinta anos, pelo menos.



HS. E o Pato e o Ganso, achou justa a não convocação? Você concorda com alguns palpiteiros que dizem que quem queria, mesmo, que os dois fossem convocados era a mídia?
AR:O Pato nunca correspondeu plenamente na seleção principal e decepcionou o Dunga nas Olimpíadas. Não vive um momento tão excepcional para merecer ser chamado.
Já o Ganso é um caso complicado. Até o último amistoso do Brasil em março, contra a Irlanda, ele não vinha tão bem. Mas agora vive um momento esplendoroso e atua na mesma posição de Kaká, que convive com problemas físicos e não tem em Júlio Baptista um reserva à altura. Seria uma aposta do Dunga, já que ele nunca foi convocado e sua passagem mais recente pela seleção, no Sub-20, não foi tão brilhante assim. E não dá para cobrar isso do Dunga, que preza (até demais) pela coerência. Quanto à pressão da mídia, é natural. Ela vive de notícias e visibilidade. E essas especulações chamam a atenção.




HS. Na sua opinião, quais as diferenças entre a seleção do Felipão e a atual seleção, a do Dunga?
AR:A primeira é tática. Scolari jogava com três zagueiros, Dunga arma a seleção com quatro. A outra tem mais a ver com a preparação. Felipão assumiu um ano antes do Mundial, perdeu a Copa América de forma vexatória para Honduras e sofreu para classificar o Brasil. Já o Dunga teve praticamente quatro anos para trabalhar, sofreu no início, quase caiu, mas se consolidou e no ano passado teve um desempenho excepcional, com primeiro lugar nas Eliminatórias, título da Copa das Confederações e grandes vitórias, como as duas sobre a atual campeã mundial Itália, em cima da Argentina em Rosário e a goleada sobre o Uruguai em Montevidéu.



HS. Você percebe que a África do Sul está preparada (infra-estrutura e pessoal) para receber os jogos, seleções e turistas?
AR:Pelo que leio eles terão bastante dificuldades. Existe até risco de apagões por lá. Mas para responder com propriedade só estando lá.



HS. E, como não pode faltar, nos conte seu palpite: vai dar Brasil dessa vez?
AR:Vou torcer como brasileiro. Mas acho que o título fica entre Espanha, Argentina e Inglaterra.